sexta-feira, 10 de abril de 2009

Histórias na Cartola

Foi tirando, uma a uma, as histórias da cartola. Narrativas pouco convencionais que o faziam rir. Disseste rir? Que disparate! Os cães não riem, quando muito latem.
Pois bem, faziam-no latir com prazer.
E Max, o coelho da Páscoa perguntava:
- Gostas? A acrescentar, tenho mais…
- Sim, sim, tira mais. Como é que as fazes aparecer?
- Eu não faço, elas já cá estão.
- Queres dizer que se compõem sozinhas?
-Isso mesmo. Porquê, tu não tens?
- Não… e baixou ligeiramente a cabeça em sinal de desapontamento.
- Talvez te faça falta uma cartola.
- Tens a certeza? Um cão de cartola seria ainda menos convencional que as tuas histórias.
- Hum…. Coçando a cabeça, o coelho da Páscoa, proferiu um possante não.
- Tu não precisas de cartola porque tens a minha. Podes tirar dela as histórias que quiseres, quando quiseres. Além disso preciso de ti. Preciso mesmo muito de ti!
- Para quê?
- Sem ti as histórias que fazem rir ou pensar, são apenas histórias, desprovidas de qualquer efeito.
- Tens razão, se bem que eu não gosto de todas. Algumas acho-as estranhas, mas outras divertem-me e fazem-me pensar.
- Vês… é o efeito a funcionar!
E fazendo fé que tais actividades entre um coelho e um cão são possíveis, nessa altura soltaram um abraço cúmplice.

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